Um post em defesa
das gordinhas escrito por uma. É um cliché. Mas por vezes só sentimos o que se
passa quando vivenciamos os momentos, as situações. Só quando somos expostos é
que entendemos a realidade na sua acção mais pura.
Mais do que uma indignação, é quase um protesto o que me
disponho a fazer!! Porque é, sendo a obesidade um dado adquirido neste ainda
novo século XXI, tratamos as pessoas com excesso de peso com desdém? Não
entendo.
E não entendo o porquê de não se fazerem tamanhos adequados.
E depois dizem-me: mas há o XL. Claro que há. Têm toda a razão. Mas o XL é na
verdade um L. Não o digo sempre, mas em lojas ditas juvenis e acessíveis (em
termos de preço, falo). E um 44 é muitas vezes um 40. Não entendo essa maldade.
Porque não lhe posso chamar descuido. É maldade.
Então se vamos às compras e estamos com o mesmo peso mas o
modelo é completamente desadequado (e não diria se isto fosse apenas uma vez,
sem nenhuma regularidade) chegamos a casa e pensamos: que raio se passa? Pois
é. Um facto que passa despercebido e que deve magoar. E outra coisa que eu não
entendo: porque é que as roupas “grandes” são feitas a pensar em pessoas mais
velhas ou são roupas “pesadas” para a idade? Então se temos uma massa jovem
gorda (chamamos os “bois pelos nomes”) porque é que não podemos apostar numa
linha juvenil para pessoas gordas? Andam nuas? Ou vão andar com roupa de
semblante deprimido…
E podem argumentar, com toda a legitimidade porque ainda é
um direito que temos – o de expressão, então mas porque não emagrecem? É
verdade. Porque não pensam/pensamos na saúde, na estética? Mas muitas vezes,
aliás, na maioria das vezes, essa dieta nunca vai ser completa, o descuido
acontece, enfim, nem é necessário nomear mais exemplos e a pessoa vai continuar
gorda. E deprimida em termos de vestuário. Então porque não apostar numa linha
moderna e que vá ao encontro desde o mais magro ao mais gordo, segundo as várias
faixas etárias, segundos os padrões de moda da estação?
Também não vou ser rude e dizer que não se implementou. Mas
é numa, em duas ou três (já quase a atingir o limite!) lojas. E o resto? Acho
que nos devíamos deixar de preconceitos e olhar para a realidade e para um
padrão que não mudou muito nestes tempos: a obesidade. Não estou com isto a
desculpabilizar quem não se mexe para mudar, mas entendo que é difícil (tal
como largar o álcool ou o tabaco, a comida é uma dependência, muito saborosa
por sinal) e que o desdém devia ser colmatado…