terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Gordura sem formusura



Um post em defesa das gordinhas escrito por uma. É um cliché. Mas por vezes só sentimos o que se passa quando vivenciamos os momentos, as situações. Só quando somos expostos é que entendemos a realidade na sua acção mais pura.
Mais do que uma indignação, é quase um protesto o que me disponho a fazer!! Porque é, sendo a obesidade um dado adquirido neste ainda novo século XXI, tratamos as pessoas com excesso de peso com desdém? Não entendo.

E não entendo o porquê de não se fazerem tamanhos adequados. E depois dizem-me: mas há o XL. Claro que há. Têm toda a razão. Mas o XL é na verdade um L. Não o digo sempre, mas em lojas ditas juvenis e acessíveis (em termos de preço, falo). E um 44 é muitas vezes um 40. Não entendo essa maldade. Porque não lhe posso chamar descuido. É maldade. 

Então se vamos às compras e estamos com o mesmo peso mas o modelo é completamente desadequado (e não diria se isto fosse apenas uma vez, sem nenhuma regularidade) chegamos a casa e pensamos: que raio se passa? Pois é. Um facto que passa despercebido e que deve magoar. E outra coisa que eu não entendo: porque é que as roupas “grandes” são feitas a pensar em pessoas mais velhas ou são roupas “pesadas” para a idade? Então se temos uma massa jovem gorda (chamamos os “bois pelos nomes”) porque é que não podemos apostar numa linha juvenil para pessoas gordas? Andam nuas? Ou vão andar com roupa de semblante deprimido…

E podem argumentar, com toda a legitimidade porque ainda é um direito que temos – o de expressão, então mas porque não emagrecem? É verdade. Porque não pensam/pensamos na saúde, na estética? Mas muitas vezes, aliás, na maioria das vezes, essa dieta nunca vai ser completa, o descuido acontece, enfim, nem é necessário nomear mais exemplos e a pessoa vai continuar gorda. E deprimida em termos de vestuário. Então porque não apostar numa linha moderna e que vá ao encontro desde o mais magro ao mais gordo, segundo as várias faixas etárias, segundos os padrões de moda da estação? 

Também não vou ser rude e dizer que não se implementou. Mas é numa, em duas ou três (já quase a atingir o limite!) lojas. E o resto? Acho que nos devíamos deixar de preconceitos e olhar para a realidade e para um padrão que não mudou muito nestes tempos: a obesidade. Não estou com isto a desculpabilizar quem não se mexe para mudar, mas entendo que é difícil (tal como largar o álcool ou o tabaco, a comida é uma dependência, muito saborosa por sinal) e que o desdém devia ser colmatado…