Tenho necessidade de escrever. Para
alguém ou para ninguém. Simplesmente escrever a dor que sinto e que me cobre o
peito, sem me deixar respirar.
A
culpa é um sentimento doloroso. Que vem muitas vezes sem esperarmos, mas que
dói como se nos batessem com muita raiva. Traz um vazio de pensamentos, nem
bons nem maus, simplesmente o vazio acompanha a dor. O coração bate com fúria,
as lágrimas saem a medo. As antíteses fazem-se sentir, os paralelismos de
sentimentos assolapam a culpa e fazem-na ainda maior e mais sentida.
A
incapacidade de ajudar é designada como o não saber como agir, como falar, como
abraçar, como tratar, como sentir o problema e solucioná-lo. A dor, o
sofrimento não se traduzem em contas de somar ou diminuir, nem tão pouco em
equações ou fracções. Os sentimentos são muito mais que problemas com resolução
fácil, não têm livro de resoluções nem nos magoam. Simplesmente se sentem.
Continuo
com necessidade de escrever a verdade, sem eufemismos baratos, mas não posso. O
meu eu não me deixa cometer uma traição.