A vida delibera todas as acções que
se tomam, sejam elas de cariz intencional ou involuntário. Dá todas as
indicações, todos os motivos, todos os problemas. Esquece-se, porém, de traçar
as resoluções. Essas são as mais difíceis de encontrar.
O destino, o Fado, a sina: tudo
indicações da acção a seguir, da resolução possível, da solução a conseguir.
Não se acredita em nada e segue-se para parte incerta, sem certezas no
pensamento. Será o correcto? Será o melhor? E a verdadeira conclusão? Onde
está? Onde se encontra a verdadeira essência? A vida é, ela própria, a
possibilidade de solucionar as dúvidas, os males e os bens adquiridos. É a
experiência que evidencia a resposta correcta. É o esforço que prova a mudança,
para melhor ou pior.
Traçar um objectivo e alcançá-lo, é
a maior ambição humana – a concretização. “Os meios justificam os fins”, assim
pensaria Estaline ou Hitler. Mas uma ambição na vida tem de ser medida com prós
e contras; com imprevistos. Prometer uma verdade pode não ser concretizável quando
se deseja, atingi-la pode tornar-se um objectivo sem fundamento. A verdadeira
essência perde-se, assim, por entre factos e omissões, por entre inesperados e
extasiados momentos.
Apenas a morte não dá a
oportunidade de mudar, de pensar, de agir, de querer, de sonhar. Enquanto se
vive espera-se o momento certo, aquele que, na maioria das vezes, acaba por não
acontecer. O tempo acaba por ser escasso e a sua ilusória escassez pára, assim,
a luta.